quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Blockbusters como este sempre causam polêmica. Ouvi diferentes comentários sobre o filme e resolvi conferir rapidamente na telona para tirar minhas próprias conclusões. Uma amiga de 25 anos me disse que o filme deixava a desejar, era muito incompleto em relação ao conteúdo do livro. Uma outra, na faixa dos 40, casada, achou o filme cansativo e a parte da India longa demais. Fomos, então, eu e o meu super namorado (rs...) conferir de perto esta história.
Duas horas e meia depois e algumas lágrimas derramadas, entendi a controvérsia de opiniões. Cinema é catarse e como tal não dá para encarar um filme sensível como esse sem se identificar, um pouquinho que seja, com a viagem (geográfica e emocional) de Liz Gilbert, autora do livro.
No meu caso, a catarse foi geral. Separada por motivos não muito distintos dos de Liz, fui atrás de um encontro comigo mesma através da meditação, da prática da yoga, de uma alimentação mais saudável para me ajudar a encontrar o tal do equilíbrio emocional (ops...não que às vezes, eu não esteja de TPM, à beira de um ataque de nervos...rs), que não há como se manter intacto depois de um divórcio.
A história de Liz Gilbert em Comer, Rezar, Amar é terapia na prática. Ela redescobre o prazer (perdido no caos de sua vida insosa em Nova York) através da comida e do contato com os amigos na Itália, encontra a paz interior na meditação em um ashram na India e, finalmente, em Bali, de corpo e alma lavados, encontra o seu verdadeiro amor. Mas, preocupada em perder o controle de sua vida, decide abrir maõ deste amor. Em uma das passagens mais lindas do filme, ela se aconselha com seu xamã-guru, que lhe diz o seguinte: Existe apenas uma verdadeira razão para perder o equiilíbrio nesta vida, o AMOR. Não há como amar, sem perder o controle.
Neste instante, não tive como conter as lágrimas. As palavras de Ketut, o xamã, lembravam que o amor é entrega, confiança incondicional, uma troca de energias sintonizadas, onde não há espaço para medo. Amar é como jogar-se no chão de olhos fechados, com a certeza de que o outro estará ali para ampará-lo. E o que te dá esta certeza ? Apenas o instinto, nada mais.
Por alguns instantes, Liz teve medo de que Felipe, seu amor brasileiro, não estivesse ali para segurá-la, teve medo de perder o controle da situação e cair. Mas não é exatamente a intuição um dos maiores objetivos da meditação ? Entrar em contato com o seu eu interior e aprender a sintonizar com o seu destino ? O medo é um apego, apego à serenidade, à calmaria. E como tal, ele é um dos maiores inimigos do amor.
Não há escolha. Ame ou sinta medo. Não existe espaço para estes dois sentimentos dentro de um mesmo corpo.

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